ATRAPALHADAS NO ANIVERSÁRIO

Um conto erótico de Lucinha_Br
Categoria: Heterossexual
Contém 2036 palavras
Data: 12/12/2004 00:24:08
Assuntos: Heterossexual

Meu sobrinho, filho de minha irmã mais velha, muitas vezes vem em casa com um amigo, um menino muito educado e simpático. Naquela noite eu estava sozinha em casa, entediada e chovia muito quando meu sobrinho chegou esbaforido. Contou-me que era aniversario de 19 anos do tal amigo e com a chuva ele resolveu me pedir que eu o levasse até a casa do amigo de carro.

Ora, eu estava entediada e gostava do simpático amigo de meu sobrinho, lógico que topei. Disse que queria cumprimentá-lo. Meu sobrinho disse que não teria festa, seria só uma reuniãozinha com os colegas. Mesmo assim fui, não tanto para cumprimentar o menino e dar carona a meu sobrinho, mas na verdade por que estava irritantemente entediada.

Logo que saímos, me arrependi: a chuva estava muito forte e alguns pontos da cidade estavam alagados. Mas fomos adiante.

Chegando lá, meu sobrinho disse que se eu quisesse ir embora podia ir, já tinha feito muito. Percebi que por algum motivo meu sobrinho não queria que eu entrasse na festa. Fiquei curiosa e disse que não, que queria cumprimentar o mocinho sim.

Entramos e notei que meu sobrinho não estava à vontade com minha presença. Logo vi por que: a tal reuniãozinha com os colegas de cursinho acontecia sem os pais do aniversariante, que estavam viajando, e os jovenzinhos estavam se embebedando. Todos me olharam como quem dissesse “o que essa perua ta fazendo aqui?”

Cumprimentei o aniversariante e decidi cair fora. Quando ia sair, chegou um outro rapaz todo molhado alertando que ninguém deveria atravessar a cidade, pois estava tudo alagado. Meu sobrinho disse que era melhor que eu ficasse. Pensei e resolvi ser franca: “Olha, gente, não sabia que a reunião era só com vocês, achei que teria gente mais velha também... além do que, acho que vou inibir vocês... vocês estavam planejando o que?” Bom, eles riram e acabaram me contando: tinham alugado vários DVDs pornográficos e planejavam tomar cervejas e vodka e depois procurarem algumas garotas de programa. Quase todos – estavam em uma dúzia, creio – eram virgens e alguns mais experientes iriam levar os outros em um “lugar”, uma casa de massagem ou um bordel, não entendi bem. A tempestade poderia atrapalhar a ida até as “garotas”, mas a bebida e os filmes continuavam nos planos. Fiquei sem jeito. Sorrindo envergonhada disse que era melhor tentar atravessar o dilúvio e deixa-los curtir aquela noite tão especial. Eles insistiram para eu ficar, por educação ou preocupação, talvez até medo que eu os delatasse. Decidida a ir embora, ao ouvir a tempestade, vi que querendo ou não, teria que ficar.

Ofereceram vodka e aceitei. Eles conversavam, riam, numa boa. Parecia que eu não estava ali e achei isto ótimo.

Fiquei com minha vodka num sofá quando colocaram o primeiro filme. Cenas ardidas, feias,algumas nojentas. Parecia que o diretor do filme era professor de anatomia humana, pelos closes em qualquer cavidade que fosse possível.

Risos, eu procura não olhar, não estava gostando daquilo. Mas me ofereceram outra vodka e eu aceitei. No segundo filme... Bom, eu já não sabia se estava no segundo filme com minha terceira vodka ou no quarto filme com minha terceira vodka... Ou seria o quinto filme? Gente, devia ser minha sexta vodka! De repente, um susto: um trovão daqueles estalado e a energia elétrica caiu.

O aniversariante correu e acendeu uma vela, colocando na mesinha do centro da sala. A sessão de cinema teve que ser interrompida.Sentamos ao redor da mesinha da sala. Comentei que não gostei dos filmes. Os meninos me criticaram, me chamaram de careta. Eu disse que não era questão de moral, os filmes eram mesmo muito feios. Começamos um debate sobre cinema, que logo se tornou um debate sobre costumes e sexo, e foi tomando rumo de um programa de TV sobre sexologia... E adivinhem quem era a sexóloga? Pois é, a titia aqui. A certa hora da madrugada, sem luz e com o dilúvio arrebentando, estávamos em cinco ao redor da mesinha. Os outros meninos, inclusive meu sobrinho, tinham apagado, de sono, tédio ou porre.

Eles me faziam perguntas, tipo do que uma mulher gosta, como conquistar uma mulher, como perdi a virgindade. Eu respondia abertamente, estava meio grogue, enrolando a língua, mas contava aos meninos o que pediam. Então um deles disse que nunca tinha visto uma mulher nua, a não ser em filme. Os outros riram e um jogou uma almofada na cabeça dele, zombando da inexperiência dele.

Eu falei para não fazerem aquilo, que o deixassem falar. Ele contou que já tinha espiado a própria mãe pela fechadura por curiosidade, exceto isto, só em filme. Os outros zombaram de novo, o que me fez sentir uma certa ternura pela pureza do “bobinho da turma”. Com a cabeça cheia de vapor etílico, sentindo pena do bobinho e querendo me vingar dos zombeteiros metidos a sabichões, perguntei: Você tem vontade de ver uma mulher nua? Ele disse: “Pelo menos os seios...” Olhei para ele séria, ele criou coragem e disse: “Mostra?” Mesmo bêbada eu não ia fazer isto. Apontei com os olhos para meu sobrinho e disse: “Ele não vai gostar!” Os quatro, empolgados, disseram que ele estava off line, não ia ver nada. Bom, eu disse que mesmo bêbada eu não ia fazer isto, mas menti: fiz. Falei a eles que fôssemos até a cozinha com a vela.

Lá, disse que não queria que ninguém me tocasse, só olhassem. Em pé, e eu não sabia como ainda conseguia me manter em pé, desabotoei minha blusa. Estava de sutiã, abaixei o sutiã e mostrei meus seios a eles. Eles vibraram. O tal bobinho então, nem se fala: “Nossa, que coisa linda!!! Que tesão!!!” Um dos mais assanhados foi dizendo que não dava para ver direito, para eu tirar a blusa toda. Tirei a blusa e o sutiã. De novo, eles vibraram. O que faz a vaidade humana: eu me sentia uma verdadeira estrela, uma Sandra Bullock diante daqueles fãs... Na verdade, apenas uma maluca de mais de 30 de topless, meio bêbada, diante de mocinhos nos seus 20 ou 22 anos também bêbados.

Nosso amiguinho mais bobinho pediu para ver tudo e eu simplesmente me despi totalmente, creia quem quiser. Estava ali, toda nua, diante deles a luz de uma vela, quando um dos mais assanhadinhos disse que queria “me tocar”, que não agüentava só olhar. Eu disse não, mas ele veio em minha direção. Tropeçou no próprio porre e caiu de cara numa cadeira, ou tropeçou numa cadeira e caiu de cara no próprio porre, sei lá, o fato é que bateu a cabeça na pia e desmaiou no chão da cozinha. A pancada fez um barulho feio, me assustei tanto que o efeito do álcool deve ter passado. Vi o menino caído no chão, gritei e corri para socorrê-lo. Me abaixei e comecei a perguntar como ele estava, ele murmurava que estava bem. Ufa...

Ouvi a voz de meu sobrinho vindo para a cozinha, dizendo “Cadê minha tia? Que aconteceu?” Aproveitei o escuro, corri para uma das portas da cozinha, destranquei e saí. Chuva gelada. A porta ia para o quintal. Era o único jeito de meu sobrinho, e consequentemente minha irmã, e num efeito dominó o meu marido, não saberem que baixou em mim a Sandra Bullock metida a stripper.

E ali estava eu, totalmente nua, na chuva, quando ouvi um cão latindo. Pelo latido era grande. E aí, ser atacada por um animal feroz ou surgir nua como um raio diante de uma quadrilha de filhinhos de papai? Lógico, preferi enfrentar o Totó.

Era grande mesmo. Me vi encurralada pela Besta do Apocalipse, que arreganhava os dentes e rosnava para mim. Imaginei o que sobraria da pele da qual tanto cuido aos ver os dentes do cão. Nisto escutei um homem gritando: “Quieto, Atom!”

A família devia ser milionária: além do Atom, o cachorro, tinha um vigia que vinha chegando com uma lanterna. O vigia focou a luz em mim e riu. Eu agradeci por ter me salvado e perguntei se ele sabia quem eu era. Ele disse que o patrão, pai do aniversariante, achava que o filho ia aprontar alguma e pediu para deixar rolar a farra, só tomando cuidado para ninguém se machucar. “Eu logo vi que essa molecada ia trazer umas putinhas pra farra”, completou rindo. Indignada, falei que não era puta não, que idéia era esta, etc. Ele riu e disse: “Dona, a senhora não é puta? Como se chama uma mulher que aparece peladona na chuva, saindo de uma festa de moleques? Lady Diana?” Furiosa, olhei para o homem: devia ter uns 60 anos, barba mal feita, molhado, mal vestido, me chamando de puta!

Ele me focalizava com a lanterna. Olhou meu corpo e disse que eu era gostosa. “Quanto cê cobra por programa?” Eu mandei ele ir a merda. Ele ficou bravo, disse que era pobre mas podia pagar um programa com uma piranha sim. Eu disse que queria ir embora. Ele me mostrou o portão e disse: “Vai” Então explique a ele que precisava pegar minha bolsa com a chave do meu carro e minha roupa, mas não podia entrar lá de novo. O cara cismou que eu queria ficar sozinha no quintal para roubar alguma coisa. Eu não sou puta, mas fiquei puta da vida! Pedi para ele chamar o tal bobinho da turma e dizer que eu estava lá. Ele respondeu que vagabunda nenhuma mandava nele. Focalizou a lanterna em mim de novo e... Que horror! Passou aquela mão áspera e suja em minhas nádegas. Empurrei-o, mas ele me apalpou com mais força, até machucando. Só então ele foi chamar o tal bobinho, que veio correndo.

Expliquei a ele que precisava pegar minhas roupas e a bolsa com a chave do carro mas não podia voltar lá nua. Pedi que ele pegasse para mim. Notei o vigia “explorando” meu corpo com a lanterna e disse: “Fala pra essa anta quem eu sou! Não,não, não fala não ...só fala que não sou puta” O menino riu e fez o que pedi. O vigia não acreditou muito, também riu, mas não me tocou mais.

O carinha demorou. Estava frio e o vigia nem se dignou a me emprestar sua jaqueta velha. Quando o carinha chegou com minha bolsa e a chave, foi logo dizendo: “Tia, sua roupa sumiu!” Um dos moleques tinha escondido, estava na cara. Eu pedi para ele falar a meu sobrinho que eu tinha ido embora fazia tempo e que sairia dali daquele jeito mesmo.

Pedi ao vigia que abrisse o portão. Ele abriu e ao passar por ele xinguei-o de porco, ao que ele me ameaçou de dar uma surra. Fui embora rapidinho.

Entrei no carro e arranquei. Dirigia nua, pensando no que fazer. Ainda chovia, mas a água já tinha abaixado. Eu teria que atravessar a cidade, entrar no prédio e subir até meu apartamento sem roupa.

Embora estivesse difícil dirigir na chuva, poucos motoristas perceberam minha nudez. Só notavam os que paravam ao lado do meu carro em semáforos ou diante de uma enxurrada mais forte. Assim, cheguei no prédio com relativa privacidade.

Buzinei para o vigia do meu prédio abrir a garagem, com luz alta para ele não ver dentro do carro. Sou capaz de apostar que ele não notou.

Entrei no elevador pela garagem mesmo, para o porteiro não me ver. Perto do andar do meu apartamento, o elevador parou. Era a filha de um morador do prédio com o namorado. A porta abriu e nos olhamos assustados. Não tinha o que fazer. Eles entraram e eu disse boa noite. O elevador subiu uns dois andares com nós três. Ela perguntou se eu tinha sido assaltada. Eu cinicamente respondi que “não, por quê?” Quando sai do elevador, ouvi a moça dando uma bronca no rapaz: “Você olhou! Você olhou!” Enfim, consegui driblar o porteiro e estava em casa. Lembrei-me que não tinha driblado o porteiro: o elevador tem câmara de vídeo por motivos de segurança, e o porteiro poderia ter visto uma cena inusitada.

Deitei cansada, com o estômago dando voltas... Liguei o rádio e tocava uma música, cujo refrão dizia “Sem pecado e sem juízo”. Que seja.

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